A formação de nível médio no Brasil, nível de escolaridade que reúne 20 milhões de trabalhadores formais, passa por uma transformação nos últimos cinco anos. As matrículas no ensino médio regular, tradicionalmente mais acadêmico, estão estagnadas e a procura pela educação profissional cresceu 50% no período, fechando 2012 com 1,362 milhão, de acordo com dados inéditos do Censo da Educação Básica, que serão divulgados nas próximas semanas pelo Ministério da Educação (MEC).
Entre 2008 e 2012, o peso das matrículas de ensino técnico sobre o total das matrículas do médio regular passou de 11% para 16%. Investimentos na expansão das redes públicas justificam a tendência. Economistas acreditam que esse movimento mudará o perfil do mercado de trabalho brasileiro na década, com maior formação de mão de obra jovem e especializada de nível médio, cuja remuneração média hoje pode ser até 20% maior e a taxa de empregabilidade chega a 80% para formados no Serviço Nacional de Aprendizagem da Indústria (Senai).
Mas para isso ocorrer seria preciso reformular a matriz educacional do ensino médio, opina Rafael Lucchesi, diretor-geral das escolas do Senai. Ele se refere ao longo percurso que um jovem percorre para se diplomar no técnico de nível médio - primeiro se forma no médio para depois dar entrada no curso técnico (subsequente) ou cursa os dois ao mesmo tempo (concomitante). O ensino médio integrado ao técnico ainda é residual no país: nas contas do pesquisador da Feevale Gabriel Grabowski, há apenas 150 mil matrículas num total de 1,3 milhão de toda a educação profissional no país.
"Nossa sociedade é marcada pela lógica academicista e bacharelesca. Está incutido na cabeça do jovem o sonho do diploma universitário e ele acaba fazendo um médio de nível duvidoso e indo para uma faculdade não muito boa, sendo que poderia desenvolver uma vocação técnica durante a escola, o que poderia garantir a ele um bom rendimento para, inclusive, financiar seus estudos com mais qualidade", destaca Lucchesi.
Segundo o executivo, as 21 profissões de nível técnico médio mais demandadas pela indústria brasileira, como soldador, eletricista industrial, técnico em mecatrônica, têm salário inicial médio de R$ 2,1 mil, atingindo R$ 5,7 mil em dez anos. Já um estudo conduzido há dois anos pelo professor do Insper Naercio Menezes Filho revelou que o trabalhador com diploma de ensino médio profissionalizante da área industrial no Brasil ganha 20% mais do que o profissional só com a formação no ensino médio regular.
"A ascensão social gerou muita oportunidade em serviços, faz sentido o governo promover a qualificação com programas como o Pronatec para formar pedreiros, seguranças, atendentes no comércio, mas é essencial também investir na formação técnica com escolaridade elevada. A resposta nesse caso é o ensino médio misto, teria impacto no perfil do mercado de trabalho", avalia Menezes Filho.
Fonte: Valor Econômico - 22/03/2013 - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/3/22/procura-por-ensino-medio-profissional-cresceu-50/?searchterm=educa%C3%A7%C3%A3o
Entre 2008 e 2012, o peso das matrículas de ensino técnico sobre o total das matrículas do médio regular passou de 11% para 16%. Investimentos na expansão das redes públicas justificam a tendência. Economistas acreditam que esse movimento mudará o perfil do mercado de trabalho brasileiro na década, com maior formação de mão de obra jovem e especializada de nível médio, cuja remuneração média hoje pode ser até 20% maior e a taxa de empregabilidade chega a 80% para formados no Serviço Nacional de Aprendizagem da Indústria (Senai).
Mas para isso ocorrer seria preciso reformular a matriz educacional do ensino médio, opina Rafael Lucchesi, diretor-geral das escolas do Senai. Ele se refere ao longo percurso que um jovem percorre para se diplomar no técnico de nível médio - primeiro se forma no médio para depois dar entrada no curso técnico (subsequente) ou cursa os dois ao mesmo tempo (concomitante). O ensino médio integrado ao técnico ainda é residual no país: nas contas do pesquisador da Feevale Gabriel Grabowski, há apenas 150 mil matrículas num total de 1,3 milhão de toda a educação profissional no país.
"Nossa sociedade é marcada pela lógica academicista e bacharelesca. Está incutido na cabeça do jovem o sonho do diploma universitário e ele acaba fazendo um médio de nível duvidoso e indo para uma faculdade não muito boa, sendo que poderia desenvolver uma vocação técnica durante a escola, o que poderia garantir a ele um bom rendimento para, inclusive, financiar seus estudos com mais qualidade", destaca Lucchesi.
Segundo o executivo, as 21 profissões de nível técnico médio mais demandadas pela indústria brasileira, como soldador, eletricista industrial, técnico em mecatrônica, têm salário inicial médio de R$ 2,1 mil, atingindo R$ 5,7 mil em dez anos. Já um estudo conduzido há dois anos pelo professor do Insper Naercio Menezes Filho revelou que o trabalhador com diploma de ensino médio profissionalizante da área industrial no Brasil ganha 20% mais do que o profissional só com a formação no ensino médio regular.
"A ascensão social gerou muita oportunidade em serviços, faz sentido o governo promover a qualificação com programas como o Pronatec para formar pedreiros, seguranças, atendentes no comércio, mas é essencial também investir na formação técnica com escolaridade elevada. A resposta nesse caso é o ensino médio misto, teria impacto no perfil do mercado de trabalho", avalia Menezes Filho.
Fonte: Valor Econômico - 22/03/2013 - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/3/22/procura-por-ensino-medio-profissional-cresceu-50/?searchterm=educa%C3%A7%C3%A3o