terça-feira, 28 de setembro de 2010

29 DE SETEMBRO - DIA NACIONAL DE LUTA ATOS NAS UNIVERSIDADES.

REFORÇAR A LUTA PELA CAMPANHA SALARIAL
- Isonomia Salarial e de Benefícios, começando pelo Executivo;
- Aprimoramento da Carreira:
- Racionalização;
- Anexo IV;
- Piso de 3 sm e step de 5%;
- Reposicionamento dos Aposentados no PCCTAE (mudança da lei 11.091); Apoio à greve da UnB como parte integrante da luta por melhores salários; Ascensão Funcional - PEC 257.

REFORÇAR A LUTA PELA AUTONOMIA E PELA DEMOCRACIA NAS UNIVERSIDADES
- Reposição automática de todos os Cargos, com ampliação do nº de trabalhadores, via concurso público;
- Contra a terceirização e a precarização;
- 30 horas semanais de trabalho sem redução de salário, já;
- Revogação da Lei 9.192 (eleição de reitores).

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NOS ATOS DO DIA 29 DE SETEMBRO
Lembramos às Entidades de Base que os Atos nas Reitorias, com data programada para o dia 29 próximo, devem centralizar a luta para reforçar a Campanha Salarial, Definição da Política Salarial com Data Base com o eixo principal na Isonomia Salarial e de Benefícios começando pelo executivo.

Para dar conseqüência ao que foi aprovado na Plenária, durante os Atos, foram apontadas algumas tarefas para as entidades de base:

ENTREGA DE DOCUMENTOS
Entregar documento Às Reitorias. -  VER OFICIR009/2010 ABAIXO ASSINADO E DIGITALIZADO.

APOSENTADOS:
Manter a orientação política de ação junto aos Conselhos Universitários, visando construir posição das Universidades, em apoio ao reposicionamento dos aposentados na Tabela;
Reforçar a luta pela mudança da Lei 11.091, no tocante à forma de enquadramento dos aposentados. Encaminhar documentos aos parlamentares sobre o assunto.

LEVANTAMENTO DO QUADRO DE PESSOAL DAS UNIVERSIDADES E AS VAGAS EXISTENTES
Cobrar das Universidades a divulgação do Quadro de Pessoal atual e as vagas existentes.
As CIS deverão fazer o mesmo trabalho, considerando a sua atribuição institucional prevista em Lei.

LUTA PELAS 30 HORAS horas sem redução de salário - NEM UM MINUTO A MENOS, NEM UM MINUTO A MAIS! 30 HORAS É VOCÊ QUEM FAZ.

VAMOS FAZER DO DIA 29 – UM DIA DE LUTA, COM PARALIZAÇÃO E MANIFESTAÇÕES FORTES NAS UNIVERSIDADES.


Fonte: www.fasubra.org.br

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

5% de idosos em concursos.

Polêmico, projeto a ser votado no Senado em outubro cria reserva de vagas para pessoas com mais de 60 anos de idade

Depois das cotas para negros nas universidades federais, uma nova proposta causa polêmica no Brasil. Agora, a reserva de vaga envolve os concursos públicos. Projeto de lei previsto para ser votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado em 6 de outubro reserva pelo menos 5% das vagas das seleções públicas para candidatos com mais de 60 anos. A ressalva do texto, de autoria do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), é para os casos em que a natureza do cargo impedir a contratação, como ocorre na carreira militar. Detalhe: por lei, o servidor deve aposentar-se, obrigatoriamente, aos 70 anos. Se passar a valer, os funcionários selecionados pela nova política de cota trabalharão, no máximo, 10 anos para o Estado.

Marco Carboni, coordenador dos cursos fiscais do Complexo Jurídico Damásio de Jesus, de São Paulo, sustenta que a reserva de vagas para idosos fere princípios constitucionais. “É um retrocesso e um desrespeito à isonomia que a Constituição prega dentro do concurso e das outras relações. Tanto os idosos quanto os mais novos devem fazer as provas com igualdade de tratamento”, defendeu. “A mudança abriria espaço para uma série de distorções. Daqui a pouco haverá cota para quem tem experiência anterior, quem é mais novo e por aí vai.”

Também contrário à proposta, o professor do Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em recursos humanos Jorge Pinho avalia que a medida prejudicaria os candidatos com melhor classificação. “Não é uma boa ideia. Sou favorável, de uma maneira geral, ao mérito. Quem se sair bem nas avaliações deve ingressar na carreira pública, com exceção dos deficientes, que realmente enfrentam outras dificuldades. Se a pessoa é boa, passa nos primeiros lugares, independentemente da idade”, afirmou.

Contribuição

Pinho considera, ainda, que propostas como a do senador Valadares refletem um problema maior na área de previdência social. “O profissional trabalha a vida toda e, quando se aposenta, precisa conseguir outra ocupação, porque não consegue se sustentar. Para a economia, seria muito melhor se o país pagasse bem e, com isso, não obrigasse o idoso a buscar emprego”, ressaltou. O Estatuto do Idoso já veda a fixação de limite máximo de idade para admissão em emprego público, com ressalva para os casos em que a natureza do cargo exigir. O autor da proposta defende que, quando os idosos não podem ingressar na carreira pública, a sociedade deixa de ser beneficiada pela contribuição social e profissional que pessoas mais maduras e experientes podem oferecer.

Valadares pontua ainda que o envelhecimento da população brasileira é um reflexo do aumento da expectativa de vida no país e que é necessário preparar a sociedade para isso. “Boa parte dos idosos é hoje chefe de família, com renda média, inclusive, superior aos lares chefiados por não idosos. Não é admissível deslocar o problema para o futuro e não tomar medidas desde logo”, disse. A Constituição Federal reserva o mínimo de 5% dos cargos e empregos públicos para portadores de deficiência. O projeto da cota para idosos foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. Se for aprovado na CCJ e não houver recurso para que seja votado em Plenário, seguirá para análise na Câmara dos Deputados.


Daqui a pouco haverá cota para quem tem experiência anterior, quem é mais novo e por aí vai”.

Fonte: Autor(es): Cristiane Bonfanti - Correio Braziliense - 22/09/2010 - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/22/5-de-idosos-em-concursos/?searchterm=servidor

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Reajuste de servidores em 2011.

No Blog do Servidor foi publicado o "ARTIGO: Reajuste de servidores em 2011" de autoria de Antônio Augusto de Queiroz que vale a pena ler ele todo no endereço: www.dzai.com.br/servidor/blog/servidor. abaixo colocado apenas um trecho do artigo.

" Os servidores públicos federais, dos três poderes, podem ser classificados em três níveis para efeito de eventual reajuste em 2011: i) os que têm leis aprovadas e parcelas a receber ou projetos previstos no orçamento, ii) os que tenham projetos apresentados ao Congresso em data anterior a 31 de agosto de 2010, ainda que não estejam   citados explicitamente no orçamento, e iii) os que não têm projetos em tramitação, mas apenas promessa de reajuste para o próximo ano.

Em conclusão, pode-se afirmar que o primeiro grupo está tranqüilo, podendo contar com seu reajuste; o segundo tem chance, especialmente em razão do compromisso do atual presidente da República com o presidente do Supremo Tribunal Federal e com o Procurador-Geral da República de consultar seu sucessor sobre o montante e a forma de parcelamento do reajuste dos servidores desse poder e órgão; e o terceiro só será atendido se forem tomadas as três providências anteriormente mencionadas, ou seja, mudança na LDO, aprovação de crédito adicional e aprovação de projeto de lei ou MP prevendo reajuste em 2011."

Em resumo: Muito provavelmente, nós servidores da educação, não teremos aumento em 2011.

Aproveitem para ler também o post: "Demissão não é palavrão".

Fonte: http://www.dzai.com.br/servidor/blog/servidor

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA DE 2011 PREVÊ 19,6 MIL VAGAS PARA INGRESSO POR CONCURSO.

 A proposta orçamentária enviada ao Congresso Nacional no último dia 31 de agosto traz uma projeção de 19.672 vagas para serem preenchidas por concurso público no próximo ano, no âmbito do Poder Executivo Federal. O número faz parte do quantitativo global de até 25.334 vagas previstas para admissão e contratação em 2011. As 25,3 mil vagas referem-se a cargos já existentes e novos, incluindo efetivos e comissionados.

A diferença numérica entre as 19.672 vagas e o global das 25,3 mil vagas está por conta de uma reserva de provimento de 3.346 vagas ainda não criadas, de 2.121 cargos e funções comissionados com criação prevista em projetos de lei que já tramitam no Congresso Nacional, e 195 vagas destinadas para provimento de militares da Aeronáutica.

No universo das 19,6 mil vagas para concurso público, constam 1.689 vagas de concursos em andamento, 11.712 vagas para novos concursos, 2.651 vagas para substituição de terceirizados e 3.620 novos cargos dependentes de aprovação de PLs no Congresso Nacional.

A estimativa de despesa, na hipótese de todos os ingressos ocorrerem em 2011, é de R$ 1,23 bilhão. Se for considerado o dado anualizado, esse valor passa para R$ 2,18 bilhões ao ano.
   

De acordo com o Secretário de Gestão, Tiago Falcão, a programação de concursos para 2011 leva em consideração a possibilidade de 10 mil aposentadorias/ano no Poder Executivo Federal.

O secretário afirma que o quantitativo total de vagas projetado para admissão no próximo ano no Poder Executivo, de até 25,3 mil, é proporcionalmente menor que os dos demais Poderes em razão do universo de 561.349 servidores no Executivo (posição abril/2010) e é 46,5% menor que o estimado no Anexo V de 2010, de até 47,3 mil.

Para Falcão, essa redução se explica pela desaceleração no ritmo de demandas para o Setorial Educação e para a substituição de terceirizados, que já alcançaram o ápice nos anos de 2008, 2009 e 2010.

"O ciclo de expansão projetado para o MEC deverá ser concluído em 2012 e o processo de substituição de terceirizados já conta com 9,8 mil vagas autorizadas na administração direta e indireta que correspondem à substituição de 10,7 mil postos de trabalho", diz o secretário. Por conta desses fatores, no entendimento de Tiago Falcão, a oferta de vagas para a administração pública federal volta aos patamares anteriores a 2008, de 20 mil autorizações/ano.

Além dos provimentos para o próximo ano, o Anexo V do PLOA 2011 estima para o Executivo a criação de até 24.605 cargos efetivos e comissionados, entretanto, a previsão de provimento não se limita a 2011. Esse total abrange 11.110 cargos civis e 13.495 vagas para a Aeronáutica, cujo provimento se dará nos próximos 20 anos.

Dentro da previsão de 11.110 cargos civis constam 3.346 novos cargos e funções não discriminados no anexo, que poderão, a critério do próximo governante, ter a proposta de criação encaminhada ao Congresso, entre 1º de janeiro e 31 de março de 2011, conforme assegura o parágrafo 9º, do art. 81, da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO/2011).

Fonte: Brasília, 14/9/2010 – http://www.servidor.gov.br/noticias/noticias10/100914_proposta.html

terça-feira, 14 de setembro de 2010

MEC define gráfica que imprimirá Enem 2010.

A empresa RR Donnelley ficará responsável pelo serviço, a um custo de R$ 68,8 milhões; processo licitatório foi alvo de intensa batalha judicial

A menos de dois meses do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), foi publicado ontem no Diário Oficial da União o resultado do pregão eletrônico para a impressão das provas. A RR Donnelley ficará responsável pelo serviço, a um custo de R$ 68,8 milhões. A licitação virou alvo de uma intensa batalha judicial, que envolveu a Plural, uma das empresas concorrentes, e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Com o atraso na definição da gráfica, o Inep terá de acelerar os preparativos do Enem 2010. O edital previa o início da pré-impressão (versão preliminar, sujeita a revisões) em 12 de agosto, ou seja, há 29 dias. No dia 30 deveria ter começado tanto a impressão quanto a entrega do material para os Correios.

Em entrevista, anteontem, o ministro Fernando Haddad afirmou que o cronograma será cumprido, "apesar da torcida contra de alguns". Ao todo, 4.611.441 pessoas se inscreveram no Enem 2010, que está marcado para os dias 6 e 7 de novembro. A assessoria do Ministério da Educação (MEC) informou que o trabalho da RR Donnelley vai começar "imediatamente".

Segundo o Estado apurou, os Correios podem acelerar a distribuição e concentrar esforços para garantir a entrega das provas, mesmo em um prazo apertado, como ocorreu em 2009.

Em um ano, o valor do contrato da RR Donnelley aumentou 115,66% - a empresa fez a impressão do Enem 2009 por R$ 31,9 milhões, após o vazamento revelado pelo Estado. O MEC atribui a diferença de preço a dois fatores: o contrato firmado agora envolve também a impressão do Enem do ano que vem; além disso, haverá a necessidade de imprimir 1 milhão a mais de provas, pois o número de inscritos subiu de 4,1 milhões para 4,6 milhões.

O edital de impressão do Enem 2010 prevê uma série de condições de segurança no ambiente da empresa contratada, como portões automatizados, portaria com blindagem balística e uma central de monitoramento para a operação. Vigilantes deverão ser posicionados a cada 100 m² na área de impressão e os funcionários terão de usar uniforme sem bolsos.

Segundo a assessoria do Inep, "a empresa vencedora foi a única que comprovou no processo licitatório o atendimento de todos os requisitos do edital".

Batalha judicial. O processo licitatório de impressão das provas virou um imbróglio judicial que se arrastou por semanas. A Plural, empresa concorrente que ofereceu o menor preço (R$ 65 milhões), entrou na Justiça contra decisão do Inep, que a considerou inabilitada para o serviço. No dia 30 de agosto, o Tribunal Regional Federal (TRF) da Primeira Região suspendeu liminar que mantinha a gráfica na disputa pelo contrato.

A decisão do desembargador federal Fagundes de Deus considerou "legítimo" o ato de desclassificação da Plural. Para o desembargador, a gráfica não apresentou "atestados de capacidade técnica capazes de comprovar o desempenho de atividade pertinente e compatível com o objeto licitado".

O vazamento da prova do Enem 2009 ocorreu nas instalações da Plural, na região metropolitana de São Paulo. Em nota, a empresa disse que "não responde por demanda judicial" em relação ao episódio e cabia ao consórcio Connasel "garantir a segurança e executar todas as atividades de manuseio, empacotamento, rotulagem e transporte das provas".

Fonte: Autor(es): Rafael Moraes Moura - O Estado de S. Paulo - 10/09/2010 - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/10/mec-define-grafica-que-imprimira-enem-2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Crédito consignado já representa 60% do crédito pessoal.


O crédito consignado não para de crescer e vem ganhando cada vez mais espaço dentro das operações para pessoas físicas. Com taxas de juros bem menores que outras linhas, a carteira de empréstimo com desconto em folha cresceu 31,8% nos últimos 12 meses encerrados em julho, segundo os dados mais recentes do Banco Central. Com isso, a participação desse tipo de empréstimo dentro do crédito pessoal chegou ao recorde de 60,1%, expansão de quatro pontos porcentuais na comparação com o mesmo mês de 2009. Enquanto as linhas de crédito para pessoa física cresceram 1% em julho ante junho, o consignado avançou 1,8%.

O principal motivo do interesse das pessoas pelo consignado é a taxa de juros, que chega a ser menos da metade de outras linhas, e o prazo maior. Em julho, a taxa do empréstimo com desconto em folha ficou em 26,8% ao ano, segundo os dados do BC. É o menor valor desde 2007 e bem abaixo dos 60,9% cobrados no crédito pessoal normal. O consignado tem taxa menor porque o risco de inadimplência também é baixo, por conta do desconto automático das parcelas na folha de pagamento, avalia o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Adalberto Savioli.

Para o funcionalismo público, o risco de calote é praticamente zero. No setor privado, com a economia aquecida, as taxas de desemprego estão em trajetória de queda, depois das altas de 2008 e começo de 2009, o que afasta o risco de novos calotes. "Por isso, o consignado está ganhando cada vez maior peso dentro do crédito pessoal", diz Savioli.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília - http://jornaldebrasilia.com.br/site/noticia.php?id=296610

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Orçamento prevê 40,5 mil cargos novos em 2011.

Governo reservou R$2,88 bilhões para criação de vagas no Executivo, Legislativo e Judiciário e para reajustes.

Depois de promover o inchaço da máquina pública ao longo dos anos, com a criação de novos cargos e a concessão de robustos reajustes, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê para o Orçamento da União de 2011 a possibilidade de criação de mais 40.549 cargos e funções nos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Só o Poder Executivo poderá criar 24.605 cargos ou funções. Ao todo, o governo reservou R$2,88 bilhões para criação/preenchimento de cargos e ainda para reajustes e reestruturação de carreiras.

Do total desses recursos, R$1,65 bilhão (ou 57%) é destinado para a criação ou preenchimento de cargos, incluindo a substituição dos chamados terceirizados. O R$1,23 bilhão restante (ou 43%) vai para aumentos ou reestruturações das carreiras.

Folha de pessoal tem alta de 8% em relação a 2010.

Ao apresentar a proposta orçamentária de 2011, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já avisara que não está previsto no documento o reajuste geral para os servidores, apenas os aumentos que já foram concedidos desde 2008 e que, em alguns casos, terão impacto até 2012.

A folha de pessoal de 2011 apresenta um crescimento de R$13,8 bilhões - ou cerca de 8% - em relação às despesas de 2010. No total, são R$182,8 bilhões (já descontada a chamada Contribuição Patronal para a Seguridade do Servidor), contra R$169 bilhões deste ano. Se contabilizada a contribuição patronal, a folha quase bate os R$200 bilhões: serão R$199,6 bilhões no ano que vem, contra R$184,3 bilhões em 2010.

Os gastos com pessoal e encargos sociais da União comerão 9,50% do Orçamento da União, ou 4,7% do PIB (Produto Interno Bruto, conjunto de bens e serviços produzidos no país).

Maior parte do orçado para reajustes vai para Executivo 

O chamado Anexo V do Orçamento da União é destinado à programação detalhada com gastos com pessoal, no que se refere à criação de cargos e previsão de reajustes ou reestruturações de carreira. Na verdade, são listados os projetos de lei em tramitação no Congresso, ou os que acabaram de ser sancionados, e que tratam do assunto.

Na proposta, o Poder Executivo ainda deixou claro ao Poder Judiciário que não estão previstos recursos para o reajuste de 14,79% para o subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O projeto enviado ao Congresso pede que os vencimentos passem dos atuais R$26,7 mil para R$30,6 mil a partir de janeiro de 2011.

A proposta do STF prevê um impacto no Poder Judiciário de cerca de R$450 milhões, mas o Planejamento destinou apenas R$156,73 milhões para esse projeto. Segundo integrantes do Planejamento, a decisão foi de conceder apenas a reposição da inflação do período, cerca de 5,5%, e não os 14,79% pedidos pelo Supremo.

A preocupação do Ministério do Planejamento nesse caso é com fato de que o subsídio dos ministros do STF serve de parâmetro para o teto salarial do funcionalismo público federal. Ou seja, toda vez que o salário dos ministros do Supremo sobe, o teto sobe também.

Do total de R$1,23 bilhão para reajustes ou estruturação de carreiras, a maior fatia (R$929,5 milhões) é para o Poder Executivo. São reservados R$38 milhões para os policiais rodoviários federais. Já o Poder Judiciário tem uma verba de R$242,55 milhões. O Ministério Público da União conta com R$64 milhões.

No Executivo, a maior parte dos cargos 

Do total de R$1,65 bilhão destinado no Orçamento de 2011 para a criação ou preenchimento de cargos, o Poder Executivo tem a maior fatia: R$1,23 bilhão, valor que contempla a criação de 24.605 cargos. Já o Poder Judiciário tem previstos R$305,85 milhões, e a criação de 5.159 cargos. E o Poder Legislativo tem à disposição R$47,6 milhões, com dois cargos novos previstos em 2011.

O Ministério Público Federal tem a previsão de R$54,15 milhões, que incluem a criação de 10.482 vagas (projeto já aprovado). O Conselho Nacional do Ministério Público tem uma verba de 6,59 milhões, com a criação de 301 cargos.

No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já foram criadas 265.222 vagas, sendo 219.022 cargos e mais 46.200 funções comissionadas. Só em 2010, foram 37.101 cargos e funções comissionadas nos três poderes da República, segundo levantamento do gabinete do deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP).

Fonte: Autor(es): Cristiane Jungblut - O Globo - 06/09/2010 - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/6/orcamento-preve-40-5-mil-cargos-novos-em-2011

A bomba-relógio no serviço público.

Elite de trabalhadores teve aumentos salariais acima da inflação e reestruturação de carreiras, com elevação de gastos

Um grupo de dois milhões de pessoas o equivalente à soma das populações de Curitiba e Vitória , sem levar em conta seus dependentes familiares, faz parte de uma elite no mundo do trabalho: os servidores públicos federais.

Além de contar com estabilidade e aposentadoria em condições especiais, essa metrópole exclusiva do funcionalismo, em geral, ficou mais feliz nos últimos anos. Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, diversas carreiras foram reestruturadas, e praticamente todos os servidores conquistaram aumentos acima da inflação, alguns de mais de 60%, o que se traduz em capital eleitoral importante.

O impacto desse grupo não é desprezível, tanto política quanto economicamente. Nos 12 meses encerrados em abril, levando em conta apenas os civis federais, foram gastos R$ 86 bilhões com salários e benefícios.

Somente no Rio, o salário desses servidores na ativa e os benefícios a aposentados somaram R$ 20,7 bilhões, mais que o dobro do gasto com servidores no próprio Distrito Federal (R$ 10,190 bilhões). Se em 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, apenas 30 servidores foram contratados por concurso público, em 2009 esse número chegou a 29.728 sendo 16.281 com educação superior.

Isso se repete, em menor escala, nos governos estaduais e municipais, que em geral têm salários acima da média do mercado e que viveram bons momentos nos últimos anos. Apesar de todo economista comemorar cidadãos com renda alta o que movimenta a economia , alguns enxergam problemas nesses dados. O especialista em contas públicas Raul Velloso, por exemplo, acredita que o inchaço da máquina pública e a reestruturação de diversas carreiras se transformou em uma verdadeira bomba-relógio: Tudo que você aumenta de gastos em funcionalismo representa uma despesa que continuará por décadas. O problema não é apenas o impacto nas contas públicas, mas também um sistema previdenciário injusto e a falta de competitividade, de desafios, para progressão no trabalho. Tanto é assim que vemos um grande número de servidores que, mesmo ganhando bem, são infelizes, mesmo estando satisfeitos com o atual governo e sua candidata.

Na opinião de Velloso, o gasto com funcionalismo caminha para uma relação perigosa. Segundo seus estudos, em 2009, o salário do funcionalismo significava 5,32% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país). Apesar de ainda estar em patamar ligeiramente menor que o registrado em 1995 5,37% , já está bem acima dos 4,6% de 2002.

Vencimento público é o dobro do salário privado O especialista afirma, também, que a atual obsessão que algumas pessoas têm de entrar no serviço público, estudando anos a fio para passar em um concurso, demonstra que os salários pagos pela União estão acima dos valores de mercado.

O professor Nelson Marconi, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), fez um levantamento com base nos salários dos servidores e com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2008 (a Pnad 2009 foi divulgada ao público ontem pelo IBGE) e concluiu: os salários públicos estão exageradamente altos.

Fiz um trabalho em que comparei a renda média da iniciativa privada e a dos ser vidores em carreiras semelhantes em 2008 e percebi que o salário pago pelo governo é simplesmente o dobro do pago pela iniciativa privada em funções semelhantes.

Isso cria uma distorção, acredito que o salário tinha de ser um pouco maior, para atrair pessoas qualificadas para o serviço público, mas este estudo mostra que isso está exagerado, ineficiente diz.

Em sua opinião, essas divergências salariais devem ter se ampliado em 2009, por conta da crise financeira global. Além de demonstrar desperdício do dinheiro público o mesmo profissional se sentiria atraído ao emprego público por um salário substancialmente menor , ele diz que isso pode diminuir a competitividade da economia.

Para o economista Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores, no setor público, uma função deveria estar ajustada para ganhar um pouquinho abaixo do equivalente no setor privado. É que no setor público não há tanta incerteza de dispensa, por exemplo.

Rabello de Castro acredita que o Brasil ainda não cresce o suficiente para tanta generosidade com os servidores ativos e inativos. Ele integra o Movimento Brasil Eficiente, que propõe inclusive aos candidatos à Presidência medidas que reduzam o peso dos impostos na produção e simplifiquem e racionalizem a estrutura fiscal.

Entre as propostas, está limitar o crescimento da despesa de pessoal, fomentando o mérito e o treinamento continuado.

Número de servidores se mantém controlado Para Francisco Luiz Lopreato, do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica da Unicamp, o número total de servidores ainda não assusta, apesar das cerca de 151 mil novas contratações durante o governo Lula. Ele lembra que houve uma queda grande no número de funcionários no governo FH.

Não vemos um inchaço, um trem da alegria. Houve algumas contratações necessárias, em carreiras de Estado. Além disso, praticamente todas as carreiras que precisavam ser reestruturadas já foram. Não vejo espaço para novas ondas de contratações ou de aumentos salariais nos próximos anos afirma o professor, apesar de ainda enxergar alguns salários defasados em categorias essenciais.

O especialista Amir Khair, mestre em finanças públicas pela FGVSP, coloca entre as áreas que mais cresceram neste governo o salário do funcionalismo, os programas sociais e a Previdência.

Mas ressalta que, em percentual sobre o PIB, a média de despesa com o funcionalismo no governo Lula é inferior à dos oito anos do governo FH.

Já o economista Joaquim Elói Cirne de Toledo, mesmo sem demonstrar grande preocupação com o gasto com funcionalismo em relação ao PIB, lembra que o sistema público ainda tem alguns problemas sérios que precisam ser resolvidos para que o país gaste bem seus recursos públicos: Ainda percebemos que há diversas casos de injustiças.

Sempre se repetem aquelas reportagens que mostram casos de motoristas do Senado, por exemplo, com salários maiores que o de médicos. Isso precisa ser corrigido.

Fonte: Autor(es): Agencia o Globo/Henrique Gomes Batista
O Globo - 9/09/2010 - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/a-bomba-relogio-no-servico-publico

DISTORÇÕES SALARIAIS.

Desde de que engenheiros, arquitetos, geólogos, estatísticos e economistas - ativos, aposentados e pensionistas - do Executivo Federal passaram a contar com uma tabela diferenciada de vencimentos, a Confederação dos Servidores Públicos Federais (Condsef) busca a inclusão de outros 87.744 servidores de nível superior na nova tabela salarial criada pela Lei 12.277/10, publicada em junho passado. A entidade avalia que a iniciativa ampliou as distorções salariais que persistem no setor público e tentou aprovar emendas ao projeto de lei que tratava da matéria, mas não teve sucesso na empreitada de equalizar as tabelas do Executivo.

Fonte: Jornal de Brasília - 06/09/2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

PELO FIM DA PENSÃO HERDADA.

O Ministério da Previdência vem discutindo como Ministério do Planejamento propostas de alterações nas regras do regime geral de previdência social e dos servidores públicos. A ideia é diminuir o déficit de R$ 47 bilhões das aposentadorias e pensões de938mil funcionários públicos e R$ 43,6 bilhões do regime que paga 27 milhões de benefícios aos trabalhadores.

Entre os itens em análise que poderiam sofrer mudanças estão apensão herdada por cônjuges e filhos, transferência de pensão vitalícia e acúmulo de benefícios.

O custo do pagamento desses benefícios também compõe o estudo das pastas. O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, disse que a questão é importante, mas esclareceu que isso está sob o comando do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

QUEM PODE RECEBER

Atualmente, a concessão de pensão no serviço público está prevista na Lei8.112/90. Estão classificadas quanto à natureza: vitalícia e temporária. A primeira é concedida a cônjuge; pessoa designada maior de 60 anos e à pessoa portadora de deficiência dependente financeiramente, entre outros. A pensão para maiores de 60 anos dependentes do servidor está entre as que correm risco de acabar.

O segundo tipo de pensão é a temporária, como a paga aos filhos ou enteados de até 21 anos de ida

SEM IMPEDIMENTO

Pela lei em vigência, as esposas podem receber pensão e continuar trabalhando normalmente.

Para o governo federal, estar empregado não é fator impeditivo de recebimento de pensão. Se a viúva se casar novamente, também não perderá o benefício. Além disso, é possível ingressar no serviço público sem risco de ficar sema pensão.

Todas as regras também são válidas para filhos ou filhas, lembrando que a pensão temporária é suspensa automaticamente ao dependente completar 21 anos.

Fonte: Coluna do Servidor - Alessandra Horto - O Dia - 9/08/2010 - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/29/pelo-fim-da-pensao-herdada/?searchterm=servidor

Dois pesos e duas medidas na Previdência.

Os servidores públicos estatutários, especialmente os federais, usufruem de um sistema previdenciário à parte do INSS (o chamado regime geral). Muitos especialistas no setor, entre os quais o atual ministro da Previdência, Carlos Gabas, acham que esses dois sistemas deveriam ser unificados no futuro. Tal mudança implicaria mudança substancial na previdência dos servidores e certamente não poderá ser retroativa. Ou seja, os que já se tornaram inativos pelas regras em vigor permaneceriam nas mesmas condições. Já os que estão na ativa, com muitos anos ainda à frente para terem direito à aposentadoria, talvez pudessem ser incluídos em um regime transitório e diferenciado. Para os novos servidores, esperava-se que o governo Lula tivesse posto em prática as regras previstas na reforma da previdência patrocinada por ele.

Nesse caso, todos os limites da aposentadoria seriam os valores máximos fixados pelo regime geral (INSS). No entanto, pelas características do serviço público, e considerandose que as regras especiais da previdência sempre foram um estímulo para funcionários do topo da carreira, a reforma previu a criação de um fundo de pensão, de adesão voluntária mas atrativa para todos, pois a União teria que entrar com metade das contribuições.

Esse sistema teria a vantagem de estabelecer uma poupança individual para cada novo servidor, e faria com que a remuneração dos inativos finalmente pudesse se desvincular da folha dos servidores da ativa (o que daria mais flexibilidade para ajustes salariais no futuro).

A maior resistência a essa mudança está entre os servidores inativos e os que já começam a vislumbrar a aposentadoria, exatamente os que não estarão sujeitos a essas regras. Quanto aos novos servidores, a experiência dos fundos de pensão das companhias estatais mostra que, quando bem administradas, essas entidades podem proporcionar ganhos até mais expressivos do que os funcionários teriam com as regras em vigor.

O impacto financeiro de uma mudança dessa magnitude não ocorrerá no curto prazo. De imediato, pode ser até que o Tesouro seja obrigado a desembolsar mais recursos, pois terá de conviver com duas modalidades, arcando com os benefícios dos servidores inativos juntamente com as contribuições para o regime geral (INSS) e o fundo de pensão dos novos servidores.

Mas, a médio prazo, a mudança desarma a bomba-relógio em funcionamento. O Ministério da Previdência Social calcula que o déficit do regime próprio dos servidores federais chegará este ano a R$ 48,5 bilhões, enquanto o do regime geral será de R$ 45,7 bilhões. No ano que vem, os déficits projetados seriam de, respectivamente, R$ 50 bilhões e R$ 43 bilhões, sendo que, no primeiro caso, envolve cerca de 940 mil inativos e pensionistas e, no segundo, mais de 27 milhões de beneficiários.

Eis um dos mecanismos de concentração de renda patrocinados pelo Estado brasileiro. E é uma diferença que tende a se agravar. Para esse quadro não existe mais solução de curto prazo. A saída para o problema agora é de médio e longo prazos.

Quanto mais cedo for desatado este nó, menos dissabores enfrentarão as próximas gerações.

Fonte: Autor(es): Agencia o Globo -O Globo - 27/08/2010 - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/27/dois-pesos-e-

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Servidor fica na mão.

A proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2011, entregue ontem ao Congresso Nacional pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não prevê aumento salarial para o funcionalismo público, seja na esfera do Executivo, do Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público. Em entrevista coletiva, ontem, no próprio ministério, Paulo Bernardo foi lacônico ao responder sobre o reajuste dos servidores públicos dos Três Poderes e do Ministério Público: "Fica para o próximo governo".

A posição do Governo Federal contrariou entidades representativas de vários segmentos do funcionalismo público. Entre elas, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). 


Para o secretário de Imprensa e Comunicação da entidade, Sérgio Ronaldo da Silva, o governo está empurrando a questão com barriga. "Vamos botar o bloco na rua e externar nossa insatisfação. Não vai sair barato para o governo, que vai ter muita dor de cabeça." Ainda ontem, a Condsef acionou o Departamento Intersindical de Estatíscas e Estudos Socioeconômicos para analisar os números da proposta de LOA.

A proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2011 será votada pelos atuais deputados e senadores, mas já deve prever ajustes a serem feitos pelo novo presidente da República. O reajuste de magistrados e promotores, que reivindicam aumento de 56%, deve ser discutido depois das eleições, conforme acordo de Lula com o presidente do STF. O Congresso Nacional pode, por acordo, deixar para definir os salários para o Judiciário no próximo ano.

Fonte: 01/09/2010 - JORNAL DE BRASILIA - Jornalista(s): Isaac Marra - http://www.linearclipping.com.br/fecomerciodf/detalhe_noticia.asp?cd_sistema=7&codnot=1294823

SEM PREVISÃO DE NOVO AUMENTO.

A decisão de reajuste salarial no próximo ano para os servidores dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) ficou para o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Projeto de Lei do Orçamento Anual (PLOA), entregue ontem ao Congresso Nacional pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não prevê reserva para novos aumentos. A despesa global coma folha de pessoal e encargos sociais tem previsãode R$184,4bilhões.

O total representa 9,50% do Orçamento. Em 2003, esse valor era de R$ 70 bilhões.

Para a atual gestão, não há razão em prever um novo reajuste para o funcionalismo, porque o problema já foi resolvido com os aumentos que foram concedidos nos últimos anos. Portanto, novas propostas e cenários só podem ser discutidos com o novo presidente da República. A negociação terá a participação de bases sindicais.

Sobre a reivindicação de reajuste de 56% dos servidores do Judiciário e Ministério Público, o ministro Paulo Bernardo informou que o presidente Lula já conversou com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, e solicitou que o assunto fosse discutido somente após as eleições.

Segundo ele, a definição do aumento para essas categorias poderia ficar para o próximo ano se o Congresso Nacional, por acordo, decidisse que a discussão tem que ocorrer somente em 2011.

Fonte: Coluna do Servidor - Alessandra Horto - O Dia - 01/09/2010 - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/1/sem-previsao-de-novo-aumento/?searchterm=servidor

Gasto com pessoal perto de R$ 200 bi.

Poucas despesas aumentaram tanto, em termos reais, durante o governo Lula, quanto os gastos com pessoal.

A proposta orçamentária para 2011, encaminhada terça-feira pelo governo ao Congresso Nacional, apresenta um número impressionante. As despesas da União com pessoal e encargos sociais no próximo ano foi estimada em R$ 199,6 bilhões, se for computada a contribuição patronal da União para o Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos Federais (RPPS). Sem essa contribuição, os gastos caem para R$ 184,4 bilhões.

Esses gastos se referem ao pessoal civil ativo e inativo, pensionistas e militares, representando um aumento de 11,1% em relação à projeção atual dessas despesas para o exercício de 2010. A mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acompanha a proposta orçamentária, diz, textualmente, que "o total que se projeta para a despesa de pessoal da União equivale a 36,56% da receita corrente líquida prevista para 2011".

A administração pública federal tem por hábito comparar o gasto com pessoal e o Produto Interno Bruto (PIB). Se isso for feito, como mostra a tabela abaixo, nota-se que essa despesa, tanto com ou sem a contribuição patronal ao RPPS, ficou em torno de 5% do PIB. Com base nisso, os administradores divulgam que não houve aumento da despesa com pessoal. Argumento que também é utilizado pelos numerosos e influentes sindicatos de servidores públicos.

Quem faz esse tipo de exercício esquece-se que somente as despesas da União com a saúde podem ser corrigidas, por determinação constitucional, pela variação nominal do PIB. Nenhuma outra despesa conta com esse benefício. Além do mais, esse tipo de exercício dá uma falsa impressão de que o gasto não aumentou. No caso da despesa com pessoal, ela aumentou e muito nos últimos anos.

Em 2002, as despesas da União com pessoal e encargos sociais ficaram em R$ 75 bilhões, com a contribuição patronal, ou em R$ 72,9 bilhões, sem a contribuição. Em 2009, os gastos foram de R$ 167,1 bilhões com a contribuição e de R$ 155,8 bilhões sem a contribuição, de acordo com a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), do Ministério do Planejamento. No período de 2002 a 2009, houve um aumento nominal de 122,8% nas despesas com pessoal (com a contribuição patronal) ou de 113,7% (sem a contribuição).

De 2003 a 2009, a inflação medida pelo IPCA foi de 47,94%. Isto significa que houve uma elevação real dos gastos com pessoal (com contribuição) de 50,6% ou de 44,5% (sem a contribuição). Poucas despesas terão aumentado tanto, em termos reais, durante o governo Lula, quanto os gastos com pessoal. Dizer que essa despesa não cresceu pois se manteve na mesma proporção do PIB não expressa a realidade dos números, embora possa fazer sentido aos técnicos quando discutem os valores globais do Orçamento da União.

A razão para este gasto não ter aumentado em proporção ao PIB foi porque a economia brasileira cresceu bastante no governo Lula. A variação nominal acumulada do PIB entre 2003 e 2009 foi de 112,68%. Em termos reais, o PIB cresceu 27,67% no período considerado.

É bem verdade que o aumento real da despesa com pessoal não decorreu apenas dos generosos reajustes salariais concedidos pelo governo. A mensagem do presidente Lula informa que no período de 2003 a 2009, foram autorizadas 176.120 vagas para preenchimento por concurso público, que se reverteram no ingresso de 118.933 novos servidores, resultando em um aumento efetivo da força de trabalho de 67.152 indivíduos.

Só nos dois primeiros meses de 2010 ingressaram no serviço público 7.796 novos servidores. O presidente Lula informa ainda que em 2011 prosseguirá "o esforço para substituição integral do quadro de terceirizados irregulares, bem como a política de fortalecimento e de redefinição qualitativa do perfil do quadro de pessoal, além da expansão da capacidade dos órgãos e das entidades de setores estratégicos nas diversas áreas de atuação da administração pública federal". Nesse sentido, para 2011 está previsto o provimento de 21.988 cargos, sendo que, desse total, 12.651 serão alocados para substituição de terceirizados.

Todo esse aumento do número de servidores e da despesa com o pagamento de salários, aposentadorias e pensões não resultou em melhoria significativa dos serviços públicos oferecidos aos cidadãos, nas áreas de educação, segurança e saúde.

O contribuinte não é bem informado, portanto, quando se diz que o gasto com pessoal do governo federal está estável. É indispensável que, no futuro, a discussão sobre este tema seja feita em termos de aumento real da despesa com pessoal e que os sindicalistas parem de perseguir o crescimento do PIB.

Fonte: Autor(es): Valor Econômico - Ribamar Oliveira -  02/09/2010 - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/2/gasto-com-pessoal-perto-de-r-200-bi
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