Nos últimos anos, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tornou-se o grande instrumento democrático de acesso à educação superior no Brasil. É por essa régua republicana que milhões de jovens, principalmente os mais pobres, têm acesso a vagas nas instituições públicas de educação superior e aos programas de governo, como o ProUni e o Fies. São 1,2 milhão de estudantes atendidos no ProUni e 800 mil no novo Fies. Pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), um jovem de qualquer parte do país teve, este ano, a oportunidade de concorrer a uma das 130 mil vagas em 3.700 cursos de 101 instituições públicas brasileiras. É uma grande transformação, com qualidade, na democratização do acesso à educação superior do país.
Evidentemente, um processo como o Enem, que promove a migração de um processo no qual prevalece o vestibular convencional - mecanismo com mais de cem anos de existência no Brasil - para um sistema de seleção unificada, só se consolida com a efetiva participação da sociedade e das instituições de educação superior. O Enem tem hoje a efetiva participação das instituições públicas do país, que são as responsáveis pela elaboração de itens, construção pedagógica das provas e treinamento e capacitação dos corretores de redação. São mais de 100 entidades, que decidiram democraticamente, em seus conselhos superiores, pela participação no Enem e emprestam hoje ao país a experiência acumulada em anos de realização de vestibulares convencionais. A cada ano, cresce o número de instituições participantes do Sisu, o de cursos e de vagas ofertadas e o de estudantes inscritos.
Os avanços obtidos com o Enem nos últimos anos foram reconhecidos em meados do ano passado por uma equipe do College Board, responsável pela aplicação do exame SAT ( Scholastic Assessment Test ) nos Estados Unidos. Em reunião pública, foram destacados os avanços tecnológicos, logísticos e pedagógicos do exame. Aliás, é importante salientar que a transparência do Enem é, hoje, um patamar a ser batido no Brasil e no mundo - o SAT sequer devolve o caderno de provas e o gabarito aos estudantes.
No entanto, qualquer processo, principalmente no campo educacional, tem de estar sempre aberto ao aprimoramento. No que se refere especificamente à correção das redações, quando O GLOBO mostrou quatro redações de participantes do Enem que tiraram nota mil, mas apresentavam erros de grafia, um bom debate técnico estava sendo proposto, pelo menos para quem leu as redações e o edital do exame, publicado em maio de 2012. Infelizmente, a maioria das pessoas que abordaram o assunto, principalmente aquelas que buscaram afastar a questão de seu caráter técnico, sequer se deu ao trabalho de ler as redações ou o edital.
Mas voltemos ao bom debate proposto: boas redações, nas quais, em cerca de 30 linhas, o estudante demonstra domínio da língua escrita, revelando que as exigências da norma padrão foram incorporadas a seus hábitos linguísticos, devem ser punidas por desvios que não se repetem ao longo do texto? Da mesma forma, os estudantes que fizeram inserções indevidas tiveram notas baixas em seus textos e, como previa o edital, foram avaliados pelos demais parágrafos.
Continuaremos mantendo, ao longo deste ano, o diálogo com as instituições de educação superior, com os técnicos e com a sociedade para aprimorar ainda mais o Enem. Entendemos que o debate da correção de redações como um todo e da redação nota mil deve avançar, assim como o das inserções indevidas. Temos claro que o próximo edital trará modificações que sirvam para aperfeiçoar ainda mais o exame. Aliás, ainda no ano passado, ao observamos o baixo número de pesquisas em correção de textos realizadas no Brasil nos últimos anos, publicamos edital, no valor de R$ 2 milhões, para conclamar pesquisadores a realizar estudos sobre o tema.
E assim continuaremos a trabalhar, com muita dedicação, comprometimento e diálogo, pelo aprimoramento do Enem para que cada vez mais brasileiros tenham iguais oportunidades de acesso à educação superior.
Fonte: O Globo - 22/04/2013 - https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/4/22/o-bom-debate-do-enem/?searchterm=educa%C3%A7%C3%A3o
Evidentemente, um processo como o Enem, que promove a migração de um processo no qual prevalece o vestibular convencional - mecanismo com mais de cem anos de existência no Brasil - para um sistema de seleção unificada, só se consolida com a efetiva participação da sociedade e das instituições de educação superior. O Enem tem hoje a efetiva participação das instituições públicas do país, que são as responsáveis pela elaboração de itens, construção pedagógica das provas e treinamento e capacitação dos corretores de redação. São mais de 100 entidades, que decidiram democraticamente, em seus conselhos superiores, pela participação no Enem e emprestam hoje ao país a experiência acumulada em anos de realização de vestibulares convencionais. A cada ano, cresce o número de instituições participantes do Sisu, o de cursos e de vagas ofertadas e o de estudantes inscritos.
Os avanços obtidos com o Enem nos últimos anos foram reconhecidos em meados do ano passado por uma equipe do College Board, responsável pela aplicação do exame SAT ( Scholastic Assessment Test ) nos Estados Unidos. Em reunião pública, foram destacados os avanços tecnológicos, logísticos e pedagógicos do exame. Aliás, é importante salientar que a transparência do Enem é, hoje, um patamar a ser batido no Brasil e no mundo - o SAT sequer devolve o caderno de provas e o gabarito aos estudantes.
No entanto, qualquer processo, principalmente no campo educacional, tem de estar sempre aberto ao aprimoramento. No que se refere especificamente à correção das redações, quando O GLOBO mostrou quatro redações de participantes do Enem que tiraram nota mil, mas apresentavam erros de grafia, um bom debate técnico estava sendo proposto, pelo menos para quem leu as redações e o edital do exame, publicado em maio de 2012. Infelizmente, a maioria das pessoas que abordaram o assunto, principalmente aquelas que buscaram afastar a questão de seu caráter técnico, sequer se deu ao trabalho de ler as redações ou o edital.
Mas voltemos ao bom debate proposto: boas redações, nas quais, em cerca de 30 linhas, o estudante demonstra domínio da língua escrita, revelando que as exigências da norma padrão foram incorporadas a seus hábitos linguísticos, devem ser punidas por desvios que não se repetem ao longo do texto? Da mesma forma, os estudantes que fizeram inserções indevidas tiveram notas baixas em seus textos e, como previa o edital, foram avaliados pelos demais parágrafos.
Continuaremos mantendo, ao longo deste ano, o diálogo com as instituições de educação superior, com os técnicos e com a sociedade para aprimorar ainda mais o Enem. Entendemos que o debate da correção de redações como um todo e da redação nota mil deve avançar, assim como o das inserções indevidas. Temos claro que o próximo edital trará modificações que sirvam para aperfeiçoar ainda mais o exame. Aliás, ainda no ano passado, ao observamos o baixo número de pesquisas em correção de textos realizadas no Brasil nos últimos anos, publicamos edital, no valor de R$ 2 milhões, para conclamar pesquisadores a realizar estudos sobre o tema.
E assim continuaremos a trabalhar, com muita dedicação, comprometimento e diálogo, pelo aprimoramento do Enem para que cada vez mais brasileiros tenham iguais oportunidades de acesso à educação superior.
Fonte: O Globo - 22/04/2013 - https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/4/22/o-bom-debate-do-enem/?searchterm=educa%C3%A7%C3%A3o
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