Pedro Armengol, dirigente da Central, diz que o discurso da equipe econômica é “ridículo”.
A CUT pede licença para novamente contrariar aquilo que os analistas conservadores e o setor financeiro chamam, erroneamente, de “bom senso”. A Central vai continuar pressionando o governo Dilma a cumprir os acordos salariais fechados com os servidores da União, não apenas porque acordo é para ser cumprido, mas também porque é totalmente falso o discurso de que os reajustes e a reestruturação das carreiras vão “descontrolar” os gastos do governo e, muito menos, “transformar o Brasil numa Grécia”, como afirmaram anonimamente, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, “fontes” da equipe econômica.
A avaliação é do dirigente nacional da CUT Pedro Armengol, coordenador do setor público federal da Central. “Inclusive essa afirmação nos comparando com a Grécia é ridícula”, acentua Armengol.
Aos dados, portanto: os investimentos com os servidores públicos federais correspondem hoje a cerca de 30% das receitas correntes líquidas da União (tudo o que sobra depois de o governo ter feito todos os repasses previstos e ainda quitado os juros da dívida pública). Esses 30% estão bem distantes do chamado limite prudencial previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, estipulado em 50% das receitas correntes líquidas.
Ou seja, mesmo dentro dos limites austeros da Lei de Responsabilidade Fiscal, há muito espaço para o cumprimento dos acordos, fechados no governo Lula, sem nenhum risco para a economia brasileira.
“A questão não é econômica, é ideológica”, ressalta Armengol. “Toda vez que nos vemos frente a dificuldades, como essa crise internacional, os conservadores e os patrões fazem movimento contra os trabalhadores”, completa.
Os acordos com os federais foram concluídos depois de vários anos de debate durante os dois mandatos do ex-presidente Lula – algumas categorias só conseguiram fechar ao final do segundo mandato. Muitos acordos tiveram de aguardar o final do processo eleitoral, por conta da legislação que impede reajustes e contratações nesses períodos de campanha. “Mas houve inclusive o registro de compromissos prevendo que se Dilma fosse eleita, os acordos seriam cumpridos”, diz Armengol.
Além desses detalhes, é preciso recordar sempre, segundo Armengol, que o País utiliza uma margem de recursos muito grande para o pagamento dos títulos da dívida, atrelados à taxa Selic. O Brasil tem a maior taxa básica de juros real do planeta, de 5,16%. A China, por exemplo, tem a taxa real fixada em 0,99%. A Inglaterra, em 4% negativos. O Chile, em 1,72%.
Fonte: 16/08/2011 - Escrito por: Isaías Dalle - http://cut.org.br/destaques/21107/cut-desmente-que-aumento-para-servidores-va-descontrolar-o-brasil-e-diz-que-vai-cobrar-acordos
A CUT pede licença para novamente contrariar aquilo que os analistas conservadores e o setor financeiro chamam, erroneamente, de “bom senso”. A Central vai continuar pressionando o governo Dilma a cumprir os acordos salariais fechados com os servidores da União, não apenas porque acordo é para ser cumprido, mas também porque é totalmente falso o discurso de que os reajustes e a reestruturação das carreiras vão “descontrolar” os gastos do governo e, muito menos, “transformar o Brasil numa Grécia”, como afirmaram anonimamente, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, “fontes” da equipe econômica.
A avaliação é do dirigente nacional da CUT Pedro Armengol, coordenador do setor público federal da Central. “Inclusive essa afirmação nos comparando com a Grécia é ridícula”, acentua Armengol.
Aos dados, portanto: os investimentos com os servidores públicos federais correspondem hoje a cerca de 30% das receitas correntes líquidas da União (tudo o que sobra depois de o governo ter feito todos os repasses previstos e ainda quitado os juros da dívida pública). Esses 30% estão bem distantes do chamado limite prudencial previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, estipulado em 50% das receitas correntes líquidas.
Ou seja, mesmo dentro dos limites austeros da Lei de Responsabilidade Fiscal, há muito espaço para o cumprimento dos acordos, fechados no governo Lula, sem nenhum risco para a economia brasileira.
“A questão não é econômica, é ideológica”, ressalta Armengol. “Toda vez que nos vemos frente a dificuldades, como essa crise internacional, os conservadores e os patrões fazem movimento contra os trabalhadores”, completa.
Os acordos com os federais foram concluídos depois de vários anos de debate durante os dois mandatos do ex-presidente Lula – algumas categorias só conseguiram fechar ao final do segundo mandato. Muitos acordos tiveram de aguardar o final do processo eleitoral, por conta da legislação que impede reajustes e contratações nesses períodos de campanha. “Mas houve inclusive o registro de compromissos prevendo que se Dilma fosse eleita, os acordos seriam cumpridos”, diz Armengol.
Além desses detalhes, é preciso recordar sempre, segundo Armengol, que o País utiliza uma margem de recursos muito grande para o pagamento dos títulos da dívida, atrelados à taxa Selic. O Brasil tem a maior taxa básica de juros real do planeta, de 5,16%. A China, por exemplo, tem a taxa real fixada em 0,99%. A Inglaterra, em 4% negativos. O Chile, em 1,72%.
Fonte: 16/08/2011 - Escrito por: Isaías Dalle - http://cut.org.br/destaques/21107/cut-desmente-que-aumento-para-servidores-va-descontrolar-o-brasil-e-diz-que-vai-cobrar-acordos
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