MEC suspende 1.287 vagas em cursos de serviço social, fonoaudiologia e educação física.
O mau desempenho de 58 graduações de serviço social, fonoaudiologia e educação física em avaliações do Ministério da Educação (MEC) fez com que a pasta cancelasse 1.287 vagas nos processos seletivos de 58 universidades. A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior publicou a notificação na edição de ontem do Diário Oficial da União. Essa é a terceira redução em menos de uma semana, totalizando cerca de 8 mil oportunidades a menos. Apesar da posição mais severa do MEC em relação aos cursos mal avaliados, especialistas reforçam a necessidade de medidas mais drásticas para garantir um ensino superior de qualidade.
Na avaliação do professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Rogério de Almeida, esses números evidenciam os perigos da expansão descontrolada das universidades particulares. "No ponto de vista teórico, pode funcionar, mas, na prática, sempre acarreta perda de qualidade. No momento em que você amplia o quadro de ofertas e de estudantes, nem sempre é possível garantir a qualidade", alerta. Segundo ele, a filosofia dessas instituições é cortar gastos para manter mensalidades baratas, capazes de atrair alunos. "Esse modelo de negócio está sobrepondo o objetivo maior que é a formação de profissionais", critica Rogério. "Elas não investem em estrutura e equipamentos e muito menos em professores, que entram como um custo variável no curso. O docente dessas universidades não tem perfil acadêmico, é uma pessoa que faz bico dando aulas à noite, por exemplo."
Desta vez, a maior redução foi nos cursos de educação física — 1.024 vagas. Em seguida, serviço social (224) e fonoaudiologia (39) — o menor corte até agora. Não há instituições de ensino superior do Distrito Federal.
Enade
A decisão é uma das medidas cautelares tomadas pelo MEC contra as instituições de ensino superior que obtiveram notas 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC) de 2010. O indicador afere a qualidade do ensino oferecido em uma escala de 0 a 5 e leva em conta a nota do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), a infraestrutura e o corpo docente. De acordo com os critérios de avaliação da pasta, qualquer resultado abaixo de três é considerado insatisfatório e passível de medida cautelar. O Conceito Preliminar de Curso igual a 4 e 5 indica que a graduação é de boa qualidade.
Além da redução de vagas, o MEC suspendeu a autonomia das instituições mal avaliadas. Após serem notificadas, elas têm um ano para cumprir as exigências de melhoria de qualidade da pasta. "Esse é um estágio inicial, uma oportunidade dada pelo ministério. Mas precisa haver também comprometimento por parte das universidades", avalia o consultor da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) Célio da Cunha. "É importante, sim, cortar as vagas, pelo menos para que as faculdades revejam os critérios pedagógicos. Porém, muitas vezes, essas medidas não passam de paliativo, que não acarretam melhorias", pondera o professor da USP.
Lista retificada
O Ministério da Educação republicou, na edição de ontem do Diário Oficial da União, uma das listas de redução de vagas nos cursos de fisioterapia divulgadas na quinta-feira. A versão publicada em 1º de dezembro estava com o nome trocado do curso — biomedicina em vez de fisioterapia — na tabela do anexo II, na página 46. Não houve alteração no número de vagas. No DF, a redução foi de 142 vagas, em quatro instituições: Faculdade Anhanguera de Brasília, Faculdades Integradas Promove de Brasília, Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central (Faciplac) e Faculdade Alvorada de Educação Física e Desporto. Houve corte de 81 vagas em biomedicina, 25 em fisioterapia e 36 em nutrição.
Fonte: Autor(es): Paula Filizola - Correio Braziliense - 03/12/2011 - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/12/3/cortes-em-faculdades-continuam/?searchterm=educa%C3%A7%C3%A3o
O mau desempenho de 58 graduações de serviço social, fonoaudiologia e educação física em avaliações do Ministério da Educação (MEC) fez com que a pasta cancelasse 1.287 vagas nos processos seletivos de 58 universidades. A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior publicou a notificação na edição de ontem do Diário Oficial da União. Essa é a terceira redução em menos de uma semana, totalizando cerca de 8 mil oportunidades a menos. Apesar da posição mais severa do MEC em relação aos cursos mal avaliados, especialistas reforçam a necessidade de medidas mais drásticas para garantir um ensino superior de qualidade.
Na avaliação do professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Rogério de Almeida, esses números evidenciam os perigos da expansão descontrolada das universidades particulares. "No ponto de vista teórico, pode funcionar, mas, na prática, sempre acarreta perda de qualidade. No momento em que você amplia o quadro de ofertas e de estudantes, nem sempre é possível garantir a qualidade", alerta. Segundo ele, a filosofia dessas instituições é cortar gastos para manter mensalidades baratas, capazes de atrair alunos. "Esse modelo de negócio está sobrepondo o objetivo maior que é a formação de profissionais", critica Rogério. "Elas não investem em estrutura e equipamentos e muito menos em professores, que entram como um custo variável no curso. O docente dessas universidades não tem perfil acadêmico, é uma pessoa que faz bico dando aulas à noite, por exemplo."
Desta vez, a maior redução foi nos cursos de educação física — 1.024 vagas. Em seguida, serviço social (224) e fonoaudiologia (39) — o menor corte até agora. Não há instituições de ensino superior do Distrito Federal.
Enade
A decisão é uma das medidas cautelares tomadas pelo MEC contra as instituições de ensino superior que obtiveram notas 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC) de 2010. O indicador afere a qualidade do ensino oferecido em uma escala de 0 a 5 e leva em conta a nota do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), a infraestrutura e o corpo docente. De acordo com os critérios de avaliação da pasta, qualquer resultado abaixo de três é considerado insatisfatório e passível de medida cautelar. O Conceito Preliminar de Curso igual a 4 e 5 indica que a graduação é de boa qualidade.
Além da redução de vagas, o MEC suspendeu a autonomia das instituições mal avaliadas. Após serem notificadas, elas têm um ano para cumprir as exigências de melhoria de qualidade da pasta. "Esse é um estágio inicial, uma oportunidade dada pelo ministério. Mas precisa haver também comprometimento por parte das universidades", avalia o consultor da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) Célio da Cunha. "É importante, sim, cortar as vagas, pelo menos para que as faculdades revejam os critérios pedagógicos. Porém, muitas vezes, essas medidas não passam de paliativo, que não acarretam melhorias", pondera o professor da USP.
Lista retificada
O Ministério da Educação republicou, na edição de ontem do Diário Oficial da União, uma das listas de redução de vagas nos cursos de fisioterapia divulgadas na quinta-feira. A versão publicada em 1º de dezembro estava com o nome trocado do curso — biomedicina em vez de fisioterapia — na tabela do anexo II, na página 46. Não houve alteração no número de vagas. No DF, a redução foi de 142 vagas, em quatro instituições: Faculdade Anhanguera de Brasília, Faculdades Integradas Promove de Brasília, Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central (Faciplac) e Faculdade Alvorada de Educação Física e Desporto. Houve corte de 81 vagas em biomedicina, 25 em fisioterapia e 36 em nutrição.
Fonte: Autor(es): Paula Filizola - Correio Braziliense - 03/12/2011 - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/12/3/cortes-em-faculdades-continuam/?searchterm=educa%C3%A7%C3%A3o
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